22 de fevereiro de 2012


Olá galera. Aqui estou eu de novo com o último texto da série "Lembranças de infancia". Não sei se gostaram da série, mas pra mim foi muito legal relembrar essas coisas. Este último nem fala tanto da infancia, mas eu quiz muito encerrar desse jeito. Espero que gostem.

Lembranças de infância 5 – "A dádiva de envelhecer"

Lembro-me de quando eu despertava cedo
Lembro-me do sol sorrindo pra mim
Lembro-me dos anos que se passaram
Lembro-me das sexta feiras quentes
Lembro-me de tudo como se fosse hoje
Sinto saudades por que foi outrora
Não que eu queira voltar atrás
Cada coisa no seu devido tempo

O tempo foi passando e eu fui crescendo
Depois da infância a juventude
Depois da juventude a fase adulta
Tudo era o mesmo e ao mesmo tempo diferente
Vieram mais irmãos, mais responsabilidades
Agora eu seria o exemplo
Agora trabalho, salário, despesas
E eu via cada vez mais longe aquela infância

Vieram as paixões e as aventuras
Vieram os desafios do mundo adulto
Vieram os grandes amigos e as badalações
Veio meu amor, a mulher da minha vida
Com ela veio a felicidade plena
Com ela os filhos adoráveis
Com eles a grande descoberta
De que seria possível voltar ao passado

Minha infância de volta eu pude ter
Pude de novo soltar pipa, correr e pular
Meus amigos agora são meus filhos
O Morrinho agora é o meu quintal
O sorriso de infância me volta ao rosto
A alegria se torna de novo pueril
Até os filmes infantis eu prefiro
Verdadeiramente, de novo criança

Olho pra traz, para o que já passou
Um suspiro demonstra a satisfação
O melhor de lembrar-se da infância
É saber que tudo foi vivido intensamente
Agora só me resta usufruir de tudo isso
Daquilo que aprendi com o passar dos anos
Aquilo que vou levar pra sempre
Até o fim da vida, até o fim da infância

17 de fevereiro de 2012


Olá pessoal, mais um texo da séria "Lembranças de infancia". Ese fala de uma coisa que foi marcante na minha vida: meus paseios a Burarama, um distrito do interior de Cachoeiro. Curtam e comentem.
 
Lembranças de infância 4 – “Passeio em Burarama”


Tarde de uma sexta feira quente
Esse é o passeio que eu tanto esperava
Que grande ansiedade há dentro de mim
Meu coração inquieto não batia, pulava
Entro no ônibus e procuro um lugar à janela
Dali vejo minha mãe acenando
Seus braços de mim se despedindo
Seus olhos de longe me abençoando

Na estrada espero chegar
A ponte de madeira que gela a alma
Sobre o rio Itapemirim passamos
O barulho das tábuas me tira a calma
Vencido o desafio do medo, prossegue o caminho
Ainda me falta um tantão a seguir
Até que em fim surge em meio aos morros
O destino que de alegria me faz sorrir

Descendo do ônibus já vejo meus primos
Zé Luiz, Cezar, Josiano, Jucélio a me esperar
Ainda tem Josimar que depois de alguns anos
Nosso Senhor para o céu o iria chamar
Fomos juntos, os seis, até a casa simples
Nem bem me lavei já fomos jantar
Aquela comidinha simples feita com banha de porco
Mais tarde o colchão pra poder me deitar

De manhã bem cedinho íamos ao curral
Comprar leite tirado da vaca a pouco
O cheiro de esterco invadia-me as narinas
Respirar era difícil, deixava-me louco
Depois do café da manhã
Pegávamos no quintal minhocas pra pescar
O ribeirão lá estava com suas águas serenas
Que minhas pernas já se faziam molhar

O sol escaldante castigava o corpo
O Pocinho de cima, mais raso, a melhor opção
Pulávamos naquela água fresquinha
Horas ali. Ir embora? Quero não!
Mas não teve jeito. Pra casa seguimos
No alambique uma cana peguei escondido
A casca bem dura com o dente arranquei
Um doce sabor, o caldo escorrido

O domingo era o dia de buscarmos manga
No sítio distante, uma hora andando
Depois do almoço a tristeza já vinha
A hora de ir já estava chegando
Entrei no ônibus com o olhar distante
Olhei para traz, vi meus primos ali
Segui minha viagem sempre pensando
Burarama você me faz muito feliz

10 de fevereiro de 2012

Olá meus queridos amigos. Aqui estou de novo com mais um texto da série "Lembranças de infância". Agora quero falar de alguém muito especial: minha irmã mais velha. Espero que gostem.

Lembranças de infância 3 – “A irmã mais velha”

Sete anos se passaram
Chegou a minha vez de nascer
Vim mudar a sua vida
Se pra melhor, vamos ver
Queria tudo que você pudesse me dar
Sua atenção, seu amor, seu carinho
De tudo muito mais ainda me deu
Seus exemplos, seu colinho

Quantas vezes tiveste que abrir mão
Das brincadeiras que tanto gostava
Pois agora não eras mais só
Um pequeno em sua vida estava
Eu sei, minha infância foi dura
Mas à sua nem se compara
Eu sei tanto te faltou
Mesmo assim sua tristeza era rara

Nossa relação sempre intensa
Ás vezes ódio, ás vezes amor
Implicância, sorrisos e lágrimas
Felicidade, alegria e dor
Sua força marcou minha vida
Sua luta me ensinou a seguir
Suas dores me ensinaram a ser forte
Seu dispor me ensinou a servir

Muitos anos já se passaram
Sete é o que nos é diferente
Compartilho por ti o mesmo respeito
E amo-te profundamente
Nunca mude minha irmã querida
Nunca perca sua força, sua gana
Nunca deixe de ser o que és
Minha irmã, a quem chamo de Vana

3 de fevereiro de 2012


Olá galera! Aí vai mais um texto da série "Lembranças de infância". Neste está umas das melhores brincadeiras de meu tempo de menino. Espero que curtam.


Lembranças de infância 2 – "O Vento e o Morrinho"

O sol sorri pra mim
Convidando-me a um dia feliz
Meus olhos procuram o balançar das árvores
Onde está o vento impulsionador de minha alegria?
Será que justo hoje me deixará na mão?
Minha esperança é achá-lo no velho ponto de encontro
Onde poderei extravasar o que há em mim
Onde poderei em pensamentos voar pra bem longe

Ao chegar em casa o almoço me espera
A comida simples tem o sabor do amor materno
A comida sustenta meu corpo, o amor me sustenta a vida
Saciado, descanso em frente a TV
A obrigação de arrumar a cozinha me faz responsável
Quando acaba é a grande hora
Pego minha pipa feita por minha irmã
Desço as escadas sem camisa e descalço

Então olho pro céu e sorrio
Lá estão as pipas voando quase que livremente
Num doce bailar, numa dança majestosa
Parecem me chamar pra dançar
Em fim o Morrinho, o local do encontro com o vento
E esse, como sempre, não faltou
Ali é sua morada, ali é o seu lugar
Junto a nós, meninos e pipas

A rabiola agora solta já se agita
A linha na lata de óleo já se desenrola
Aos poucos o amigo vento eleva o brinquedo
E com ele minha vontade de voar
Ah como eu queria ser essa pipa, ser levado pelo vento
Mas não preso por nenhuma linha
Voar levado pelo vento como uma pena
Pra longe de minhas dores

E assim a tarde se estende até o seu cair
O céu já não tão claro e de cores avermelhadas
Me diz que tenho que ir antes do chamado de minha mãe
As mãos enrolam a linha trazendo o brinquedo a mim
É hora de descer o Morrinho
É hora de descer do sonho
É hora de voltar pra casa
E amanhã, vento amigo, nos encontraremos de novo