23 de setembro de 2012

Sem refrão


A introdução de nossa história já mostrava
Que o andamento uma lenta cadencia teria
Nossos timbres, nitidamente diferentes
Em nossos versos nem se quer rima existia

A melodia já nãosoava tão bela
Nosso ritmo, um compasso inconstante
A harmonia tão falha e confusa
Todos os acordes dissonantes

Cada estrofe, cada verso cantado
Não tinha nenhuma evolução
Nossa música de arranjos pobres
Sem força, sem amor, sem refrão


19 de setembro de 2012

Livre arbítrio


Por que as coisas são assim?
Por que depende exclusivamente de mim?
Não poderia ser diferente?
De outras vontades ser eu dependente?
                                                                                                                  
As direções a serem seguidas
As decisões a serem escolhidas
De outros não poderiam ser?
Outros não poderiam escolher?

O guia de meus passos é minha mente
Se volto ou se sigo em frente
Não há conselho nem opinião
Quem escolhe é o meu coração

As estradas, os caminhos
As flores, os espinhos
O alento, a carência
De minhas escolhas: as consequências 


12 de setembro de 2012

A busca


Corri por tantos caminhos
Novos desafios busquei
Quis seguir a jornada sozinho
Ainda mais só me encontrei

Parti procurando esquecer
Em muitos lugares fui me refugiar
Mas nem o tempo teve o poder
De as lembranças do peito tirar

Segui o caminho em frente
Muitos lugares e pessoas conheci
A felicidade parecia iminente
Ir mais longe eu decidi

Depois de muito andar
Ao velho lugar eu voltei
Sua imagem, a primeira ao olhar
Relembrou-me toda dor outra vez