9 de janeiro de 2013

Destino


Sigo a vida sem direção alguma
Não há um sentido, não há um traçado
Assim eu prefiro, é assim que eu quero
Viver sem destino, viver despojado

O olhar no horizonte a cabeça inerte
Os passos bem firmes sem ter aonde chegar
Apenas me basta no rosto um sorriso
E a certeza que é incerto o que vou encontrar

O que ficou para traz já não lembro
Nem esforço-me pra que eu possa lembrar
Meu coração bate tranquilo e sereno
Não há muita coisa a se preocupar

O destino da pena é viver sem destino
Pois somente o vento a pode levar
E sem direção esse vento sopra
E a pena se vai sem ter onde pousar


6 de janeiro de 2013

Ao vento


Como num passe de mágica desaparecem
Sem que ao menos as vejam, perdem-se no ar
Seu som, tão fraco nem ecoa
Saem, não chegam a nenhum lugar

Outrora tão fortes e certeiras
Agora quase imperceptíveis
Rompiam muralhas, derrubavam barreiras
Agora aos ouvidos, praticamente invisíveis

Por mais que eu tente não há sucesso
Não há objetivo por mais que insista
Não há resultado alcançado
Nem mesmo que a perseverança exista

Eu ainda as sinto pulsar
Posso senti-las formando-se aqui dentro
Mas mesmo que as deixe falar
Elas, no fim, se perdem ao vento