18 de agosto de 2012

Lanternas

Um longo caminho percorro
E não há artifícios que o encurtem
Passo a passo sigo em frente
Na mente os motivos que um dia me fizeram partir
No coração os que me fizeram voltar
Sinto a dor da decisão errada
E a angustia da incerteza da aceitação
O arrependimento e o desejo do perdão
São as coisas que me conduzem
Levanto a cabeça e ao longe já consigo ver
As lanternas que iluminam a varanda
Por enquanto são apenas manchas amareladas
Aos poucos se tornam nítidas
Já posso ver a porta de entrada
A dúvida da acolhida é insuportável
Quase me faz volta a trás
Mas, passo a passo sigo em frente
Na mente as palavras que disse quando saí
No coração a imagem das lágrimas no rosto amado
Sinto a dor da decisão errada
A luz das lanternas cada vez mais nítidas
Já iluminam meus passos
Como o tempo iluminou minha decisão de voltar
Subo degrau por degrau a escada
As mãos trêmulas seguram o corrimão da varanda
E agora aqui estou diante de sua porta
Busco o que deixei pra trás
O botão da campainha recebe o toque incerto dos dedos
E então
A maçaneta da porta gira



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