26 de maio de 2012

Poemas de improviso - Borrão de tinta


Escolhi a melhor tela, a maior dentre tantas
A mais branca, a mais pura para então pintar nossa história
Preparei todos os pinceis separando-os por seus números
Escolhi todas as tintas com as melhores cores

Tracei a linha do horizonte de nossas vidas
Separando bem o céu e a terra
A primeira tinta foi a vermelha com a cor do amor que sentíamos
Segurando firme o pincel comecei suavemente nossa pintura

Segui minha doce tarefa escolhendo outras cores
O amarelo da alegria de amar e se sentir amado
O verde da esperança de o meu sonho alcançar
E minha arte foi desenvolvendo-se com o passar do tempo

Mas com o passar do tempo percebi que algo faltava
Percebi que a pintura de nossas vidas deveria ser nossa arte
Percebi que sem suas mãos não seria nossa
Sem suas mãos seria apenas meu sonho

Pedi então sua inspiração sincera
Para o que desejavas ser nossa história
E ao te mostrar os pinceis e as cores
Percebi suas mãos tremulas

E em suas mãos a tinta estava
Você não se controlava
E sua sinceridade se mostrou
Na atitude inesperada

Arremessaste a tinta negra
Contra a tela que sonhei
E a pintura que se fazia se perdeu
Restando apenas as lágrimas

Tentei usá-las como solvente
Mas de nada adiantou
Deixando assim a pintura de nossas vidas
Apenas um borrão de dor


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